20 de abril de 2021

Origem do preconceito associado às doenças mentais

Esta é Isabella Olinto e, aos 18 anos, vai cursar Relações Internacionais pela   Universidade Federal de Goiás. Aluna atenta, dedicada sempre com humor inteligente e observações oportunas. Fez a prova do ENEM e obteve nota 960, graças a uma análise coerente e consistente sobre ” O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. Para Isabella, o “tema foi bastante pertinente e necessário. As doenças neurológicas ainda enfrentam preconceito e só um mês de visibilidade no ano não é suficiente.”

Nossa jovem escritora agora planeja o futuro “como estudante de Relações Internacionais pretendo conhecer muitas culturas e ser capaz de falar diferentes línguas. Trabalhar com o que gosto e ter uma família grande também estão nos meus planos”.
É muita inteligência afetiva. Boa sorte, Isabela.

Origem do preconceito associado às doenças mentais
Redação para o ENEM 2021
Por Isabella Olinto

Na obra alemã “O Sofrimento do Jovem Werther”, de Johann Goethe, a personagem principal passa por problemas emocionais que colaboram para o seu suicídio. Longe da ficção, a obra literária proporcionou visibilidade para a causa das doenças mentais e casos como o retratado no livro vieram à tona. Entretanto, apesar de comum, a saúde mental fragilizada sofre com estigmas na sociedade brasileira, frutos da mentalidade conservadora da população que trata doenças neurológicas como tabu. Dessa forma, entre os fatores que contribuem para a persistência dessa conjuntura estão a falta de informação oferecida nas escolas, assim como a banalização das doenças.

Em primeiro lugar, convém ressaltar o escasso ensino sobre saúde mental, aliado ao conservadorismo da sociedade, como colaborador para a fomentação de estigmas associados às doenças neurológicas no país. Nesse sentido, Paulo Freire, expoente cientista da educação, em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, afirma que a escola pode mudar a realidade dos alunos e ampliar seus horizontes, o que dificilmente acontece em relação ao ensino sobre saúde mental. Isso ocorre porque o sistema educacional brasileiro é baseado em técnicas tradicionais que visam o ensino limitado ao conteúdo dos livros didáticos, o que impossibilita, assim, o debate sobre doenças mentais nas salas de aula.

Sob essa ótica, José Pacheco, educador português, descreveu o sistema de ensino brasileiro como ultrapassado, em que alunos do século XXI têm professores do século XX e técnicas educacionais do século XIX. Desse modo, o modelo arcaico de ensino que invisibiliza a pauta sobre doenças mentais tem como consequência a perpetuação de preconceitos sobre distúrbios neurológicos no país.

Outrossim, a banalização das doenças mentais, junto a uma mentalidade conservadora da população, é fator agravante de estigmas associados aos distúrbios no Brasil. Nesse cenário, o ensaísta equatoriano Juan Montalvo afirma que “não há nada mais duro do que a suavidade da indiferença”, frase que pode ilustrar como a ausência de preocupação com as doenças mentais pode fomentar a persistência do preconceito com o quadro. Essa situação acontece, pois, devido ao conservadorismo, as doenças neurológicas são menosprezadas e os doentes são tratados como indivíduos fracos. Dessa forma, a busca por tratamento torna-se cada vez mais escassa ao ser vista com preconceito, o que pode acarretar piora nos quadros de doenças mentais.

Em suma, o estigma associado às doenças neurológicas na sociedade brasileira tem origem no conservadorismo e precisa ser combatido. Portanto, é necessário que o Governo Federal, órgão responsável pela administração do país, crie um Plano Nacional de Combate ao Preconceito contra Doenças Mentais – o qual contará com a atuação do MEC na inserção de aulas e palestras sobre saúde mental nas escolas e na promoção de debates sobre o assunto -, por meio de um Decreto Federativo, a fim de acabar com os estigmas associados aos distúrbios mentais. Ademais, é fundamental que a mídia, como formadora de opinião, divulgue campanhas que alertem sobre a recorrência de doenças mentais, com o fito de conscientizar a população a buscar tratamento. Assim, preconceitos com o quadro do jovem Werther serão menos frequentes.

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