4 de agosto de 2020

Só mais uma pergunta

Por Cris Alves

Os primeiros casos de Coronavírus ocorreram em dezembro de 2019. Você se lembra da primeira vez que ouviu falar do vírus? Qual foi a sua reação? Fez piada sobre os hábitos alimentares dos chineses?  Pensou que chegaria tão rápido até nós? E quando chegou? Pensou que nos afetaria tanto? Passaram-se alguns meses e o modo como reagimos não mais importa, mas pode contribuir para uma oportuna análise do comportamento humano.

Após quatro meses de quedas e de saltos, de negações e de certezas, de sustos e de alívios decorrentes do distanciamento social, da instabilidade financeira e das estatísticas de doentes e mortos, como você, ser humano, tem agido diante de outro ser humano? A imprensa e as redes sociais têm nos dados fortes exemplos de que valores fundamentais à convivência estão distorcidos.

São inúmeros relatos de desrespeito, como do casal que desqualificou equivocadamente a formação profissional de um fiscal. Também de autossabotagem como a da senhora que assegurou que para combater o vírus basta usar álcool em gel, mesmo em local público e aglomerado. Relatos assim repercutiram e promoveram uma discussão produtiva sobre consciência individual e coletiva.

A sua humanidade também pode ser avaliada e comece pelo seu poder de escuta e de acolhida. Isso porque a Covid19 não é mais uma abstração e sim uma doença real e próxima.  Os contaminados de agora recebem além do diagnóstico um lastro de dor e sofrimento que atingiu, só no Brasil, mais de oitenta mil famílias, por isso, cobranças e comentários ácidos devem ser evitados, eles são cruéis e improducentes. Opte pela delicadeza dos gestos e das palavras, o retorno pode durar uma vida o que, sem dúvida, vale a pena.

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Sobre o(a) autor(a)
Cris Alves

Cris Alves

Cris Alves é filha, mãe, professora encantadora de pequenos escritores, indignada, empenhada, multifacetada e articulista para o ABA+ É muita inteligência afetiva!
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