Por Cris Alves
Os primeiros casos de Coronavírus ocorreram em dezembro de 2019. Você se lembra da primeira vez que ouviu falar do vírus? Qual foi a sua reação? Fez piada sobre os hábitos alimentares dos chineses? Pensou que chegaria tão rápido até nós? E quando chegou? Pensou que nos afetaria tanto? Passaram-se alguns meses e o modo como reagimos não mais importa, mas pode contribuir para uma oportuna análise do comportamento humano.
Após quatro meses de quedas e de saltos, de negações e de certezas, de sustos e de alívios decorrentes do distanciamento social, da instabilidade financeira e das estatísticas de doentes e mortos, como você, ser humano, tem agido diante de outro ser humano? A imprensa e as redes sociais têm nos dados fortes exemplos de que valores fundamentais à convivência estão distorcidos.
São inúmeros relatos de desrespeito, como do casal que desqualificou equivocadamente a formação profissional de um fiscal. Também de autossabotagem como a da senhora que assegurou que para combater o vírus basta usar álcool em gel, mesmo em local público e aglomerado. Relatos assim repercutiram e promoveram uma discussão produtiva sobre consciência individual e coletiva.
A sua humanidade também pode ser avaliada e comece pelo seu poder de escuta e de acolhida. Isso porque a Covid19 não é mais uma abstração e sim uma doença real e próxima. Os contaminados de agora recebem além do diagnóstico um lastro de dor e sofrimento que atingiu, só no Brasil, mais de oitenta mil famílias, por isso, cobranças e comentários ácidos devem ser evitados, eles são cruéis e improducentes. Opte pela delicadeza dos gestos e das palavras, o retorno pode durar uma vida o que, sem dúvida, vale a pena.